O Busto de Napoleão
segunda-feira, janeiro 26, 2004
Finalmente um post digno deste blog. Até agora tinha colocado elogios ao google e uma ou outra curiosidade. Mas agora vai mesmo uma crítica. Alguém que merece um busto.
Ontem vi o final da Operação Triunfo 2 (porque uma certa pessoa não se queria ir deitar enquanto esse fantástico programa não acabasse). Acho o programa uma merda, mas isso já sabia e gostos não se discutem. Este era o programa final e o vencedor foi eleito pelo público através de votação telefónica. Os resultados foram apresentados por partes (por regiões do país, chamadas internationais e chamadas de telemóveis). Um dos resultados das votações telefónicas chamou-me à atenção. Todos os valores do número de chamadas acabavam em zero ou cinco. É muito pouco provável acontecer tal coisa. Vieram os próximos resultados. Também acabavam todos em zero ou cinco. Está visto, os gajos multiplicaram o número de chamadas por cinco. Só pode. E são nabos porque podiam ter feito isso bastando acrescentar um termo aleatório no fim que ninguem poderia descobrir.
O programa volta a dar no próximo sábado. Fica o desafio, descobrir por quanto multiplicaram as chamadas de telemóveis.
quarta-feira, janeiro 21, 2004
'Soft' a sore spot for Microsoft
Dorothy has aroused the wrath of the great and powerful Oz once again. Playing the part of Dorothy in this drama is a teenager from Canada named Mike Rowe. Young Mike created a Web site to advertise his services as a Web designer. But MikeRowe.com wasn't enough for him. He added the word "soft." Yep, MikeRoweSoft.com. Have you seen this movie before? When the Almighty Oz, played in this case by Microsoft, found out, it gave Mike an earful, played the copyright card and demanded the domain. Mike asked for $10,000 in return, but Redmond refused. Mike has been ignoring the company's e-mails ever since. There's no telling how this will end, but Mike can take comfort in the fact that Lindows.com is still wearing its ruby slippers. (artigo em Ananova)
Egad! Geeky stereotype shattered by Net study
Anyone who thinks an Internet junkie is a geeky loser with no life may have to find new losers with no lives at whom they can look down their noses. The World Internet Project did a study of "Netizens" in 14 countries (including the U.S., Britain, Germany, Japan and China) and found that most of these hard-core mouse clickers actually have friends, like to socialize, love to read and don't watch a whole lot of TV -- not even the SciFi Channel. In fact, researchers found that Internet users spend more time engaged in social activities than do those who shun cyberspace. Who knows, maybe one day they'll say that most Web surfers even shower regularly. (em Reuters)
sexta-feira, janeiro 09, 2004
Google, de novo. Uma breve referência à google dance (web tech poetry). E também ao famoso page rank. E, por fim, referência ao apolemia, um blog técnico sobre APO que tem a minha participação e a do Dantas. Para que, eventualmente, seja criada mais uma sinapse no complexo cérebro do Google.
terça-feira, janeiro 06, 2004
Este é um facto bastante antigo mas que só agora tive conhecimento. E acho que deve ficar eternizado. A Verisign, a mais importante empresa de certificados digitais, passou certificados sobre o nome Microsoft a um individuo que nada tem a ver com essa empresa. Ou seja, tantas dicussões existiram na net sobre a segurança das chaves de encriptação, se 32 bits era aceitável, se devia ser 64, 128, etc. É tudo irrelevante quando uma empresa se engana a passar o certificado!
Não gosto das empresas de certificados, não gosto das ideias da Microsoft para certificação (passport e wallet), e não gosto da actual estratégia de comercialização dos IPs que tornou este recurso escasso e fez com que uma pequena parte da população ficasse com a quase totalidade dos IPs disponíveis. Algumas coisas não podem ficar na mão do mercado, muito menos do mercado dos EE.UU.
quarta-feira, dezembro 31, 2003
Não posso dizer que vi nascer a internet. O meu primeiro contacto com a net aconteceu quando comecei a estudar na universidade. Por essa altura o email já era usado com regularidade pela comunidade académica. Por outro lado, a web estava a dar os primeiros passos. Lembro-me das conversas sobre o gopher, a web e qual dos dois era melhor. A esta distância essa questão torna-se ridícula. A web era sem dúvida a melhor tecnologia e acabou por marcar a história da humanidade ao impulsionar a nova revolução social da globalização.
E a internet voltou a viver um momento especial nos últimos meses. Estou a falar do vídeo da Paris Hilton. Para quem está por fora um resumo. A Paris Hilton é filha de uma família muito rica dos EUA. É mediática. Existe um vídeo porno caseiro com ela a circular pela net. E, principalmente nos EUA mas um pouco por todo o mundo, não se fala noutra coisa. Em pouco tempo foram criadas milhares de páginas na net sobre este assunto. É o tema actual de muitos blogs (por exemplo este). Pelo puro voyerismo. Pela contaminação dos media tradicionais a um assunto que não devia ser notícia. Pelo poder da família, que ameaça as empresas de media com processos. E por fim, pelo poder da internet. Foi mais uma manifestação de força de um meio de comunicação que por ser muito descentralizado é incontrolável tanto para o bem como para o mal.
É mais um marco histórico da internet. Não é um caso novo, é até muito semelhante ao épico vídeo da Pamela Anderson. Mas superou este último em agressividade de criação e divulgação de conteúdos. De um assunto que é absolutamente desprovido de conteúdo.
É magnífico ver a dinâmica da web em funcionamento quando o assunto é do interesse de uma larga maioria. Dá para sonhar com coisas lindas ... ou, com os pés assentes na terra, dá para ter certeza que um novo vídeo vai aparecer por aí.
PS. Vários blogs aumentaram exponencialmente o número de leituras após terem feito referência a Paris Hilton (ou outros truques do google). Alguns até admitem que fizeram isso de propósito. Um deles por piada e com piada. Eu não faço isso. Oops, já fiz ;-)
sexta-feira, dezembro 26, 2003
Tenho vindo a reparar que o número de postais de natal recebidos profissionalmente é um bom indicador do poder dentro de uma empresa. O chefe tem uns vinte expostos na janela. Eu recebi um. Por outras palavras: não limpo latrinas, mas também não estou muito acima disso.
terça-feira, dezembro 23, 2003
Segundo uma notícia de hoje no úlltima hora do Público, a China prepara-se para, através de revisão constitucional, reconhecer o direito à propriedade privada e conceder um papel privilegiado aos empresários, dentro da política das três representações. Esta medida enquadrar-se-ia num espírito de "transição cuidadosa e gradual", que "passa pela candidatura da região de Macau a maior centro mundial do jogo, suplantando a mítica Las Vegas".
O pobre Mao já não devia dar uma volta tão grande lá onde está desde que viu um ex-discípulo seu a chefiar o governo mais à direita em Portugal desde o 25 de Abril.
O Governo anunciou hoje que o salário mínimo vai subir nove euros, ou 2,5 por cento. Aparentemente, o ministro justificou o valor somando a inflação prevista de 2% (e nem vou sequer discutir este número!) com 0,5%, metade da subida de 1% da produtividade, numa medida de repartição deste ganho; este "metade" seria cómico, se não fosse triste.
Façamos então umas contas muito rápidas, simplificando ao máximo a situação; utilizem-se preços constantes, ou seja, retire-se o factor inflação.
Imagine-se uma empresa com ganhos de 1000 euros, e custos de 500 em salários e 400 em outros custos, com resultado do exercício de 100. Um aumento de produtividade de 1%, e sempre simplificando, significaria que os ganhos passariam para 1010 euros; um aumento de 0,5% nos custos com pessoal significa que passariam para 502,5 euros. Mantendo-se os restantes custos em 400 (estamos a trabalhar em preços constantes), o resultado do exercício seria 107,5: um aumento de 7,5%!
É esta a repartição que Bagão Félix quer. Sem querer abusar do vocabulário esquerdista: 0,5% para o assalariado, 7,5% para o capital.
Tira-se daqui que ou o ministro é estúpido ou o ministro é mentiroso. Para bem da economia do país, esperemos que seja apenas mentiroso. O que não deixa de ser triste: na melhor das hipóteses, somos governados por mentirosos.
quinta-feira, dezembro 04, 2003
Desde da última reposição dos Monty Python no canal 2 que não via um texto cómico com tanta qualidade. O autor foi Donald Rumsfeld, Secretário de Estado para a Defesa dos EUA, que também interpretou o texto de forma suberba para gravação televisiva. Eis um excerto dessa maravilha:
"The message is that there are no knowns.. There are things we know that we know. There are known unknowns. That is to say there are things that we now know we don't know. But there are also unknown unknowns. There are things we don't know we don't know. So when we do the best we can and and we pull all this information together, and we then say well, that's basically what we see as the situation, that is really only the known knows and the know unknowns. And each year, we discover a few more of these unknown unknowns.... There's another way to phrase that and that is that the absence of evidence is not the evidence of absence."
segunda-feira, novembro 24, 2003
O Busto de Napoleão foi criado no dia 19 de Novembro. No dia 24 de Novembro, uma pesquisa feita no Google com essa expressão colocou este blog em primeiro lugar de uma lista de 353 resultados. Uma pesquisa avançada mostra que não existe nenhum link a apontar para este blog.
É curioso que o Google dê tanto valor a um novo blog.
sexta-feira, novembro 21, 2003
Fui convidado a participar neste novo blog. Fui ao site do blogger e resolvi experimentar o meu habitual login antes de criar uma nova conta. E resultou, já tinha um blog criado. Fui ver. O blog tinha apenas uma entrada a dizer este é o meu primeiro post, 26 de Março de 2001. Não resisti. Adicionei um novo com este é o meu segundo post.
Podem contar comigo neste blog. Experiência não me falta.
quarta-feira, novembro 19, 2003
Está oficialmente inaugurado O Busto de Napoleão.
Para quem não percebeu à primeira (será possível?), o nome baseia-se na famosa anedota, a chamada "Anedota do Busto de Napoleão". Penso que por aí será fácil perceber de que é que se falará aqui no Busto.